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terça-feira, 18 de março de 2014

Pré- Modernismo III

Pré- Modernismo III
O Pré-Modernismo acontece anos antes da Semana da Arte Moderna, em 1922, e é o período de transição entre as tendências do final do Simbolismo ou Parnasianismo, século XIX, e o Modernismo.
Neste período, alguns anos após a abolição da escravatura, muitos imigrantes, em sua maioria italianos, vêm ao Brasil substituir a mão-de-obra rural e escrava.
A urbanização de São Paulo faz surgir uma nova classe social: a operária, ao mesmo tempo em que os ex escravos são marginalizados nos centros urbanos.
Os estados brasileiros passam por transformações na economia: a ascensão do café no Sul e Sudeste, e o declínio da cana-de-açúcar no Nordeste.
O governo republicano não garantia esperanças e não promovia as tão esperadas mudanças sociais, pelo contrário, a sociedade se encontrava dividida entre a elite detentora de dinheiro, respeito e poder das oligarquias rurais e a classe trabalhadora rural, bem como dos marginalizados nos centros urbanos.
A desigualdade social culminou em diversos movimentos sociais pelo Brasil, como a Revolta de Canudos, ocorrida no final do século XIX no sertão da Bahia, sob liderança de Antônio Conselheiro, dentre outros movimentos de protesto às condições de vida no Nordeste. Além disso, ocorreu também os movimentos protestantes no meio urbano, como a Revolta da Chibata, em 1910, contra o maltrato da Marinha à corporação e também as greves de operários.
Já no começo do século XX começa a surgir os primeiros indícios da crise cafeeira com a superprodução de café, a chamada crise da “República Café-com-Leite”.
É em meio a este quadro na sociedade brasileira que começa no Brasil uma nova produção literária, intitulada de Pré-Modernismo pelo crítico literário Tristão de Ataíde. Trata-se das obras literárias de um grupo de escritores que propunham as mesmas temáticas e formas, as que seriam enquadradas no futuro movimento literário: o Modernismo. Destaca-se neste período a obra Os sertões, de Euclides da Cunha e Canaã de Graça Aranha. Contudo, o Pré-Modernismo não é tido como uma “escola literária”, pois apresenta características individuais muito marcantes.
No entanto, há características comuns às obras desse período: a ruptura com a linguagem pomposa parnasiana; a exposição da realidade social brasileira; o regionalismo; a marginalidade exposta nas personagens e associação aos fatos políticos, econômicos e sociais.
Os principais autores pré-modernistas são: Euclides da Cunha, Augusto dos Anjos, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato.
O pré-modernismo foi um movimento literário brasileiro que marca a passagem entre o simbolismo e o e movimento modernista. Já, em Portugal, o movimento é voltado para o saudosismo.
Segundo Joaquim Francisco Coelho, a palavra denominada “pré-modernismo” foi criado por Tristão Athayde, e quer significa “escritores contemporâneos do neo-parnasianismo, entre 1910 e 1920″
As duas principais características desse movimento são:
·             conservadorismo – que cultivavam os valores naturalistas;
·             renovação – falavam sobre a realidade brasileira e as tensões vividas pela sociedade do período5os dilemas vividos pela sociedade na época.
Além das características citadas acima, o pré-modernismo outras características muito importantes e fáceis de serem identificadas no movimento.
Ruptura com o passado- Os autores adotaram inovações que feriam o academicismo.
Regionalismo - A realidade rural brasileira é exposta sem os traços idealizadores do Romantismo. A miséria do homem do campo é apresentada de forma chocante.
Literatura-denúncia - Os livros são escritos em tom de denúncia da realidade brasileira. O Brasil oficial (cidades da Região Sul, belezas do litoral, aspectos positivos da civilização urbana) é substituído por um Brasil não-oficial (sertão nordestino, caboclos interioranos, realidade dos subúrbios).
Contemporaneidade - A literatura retrata fatos políticos, situação econômica e social contemporâneos, diminuindo a distância entre realidade e ficção. Vejamos obras e autores que exemplificam isso:
a) Triste fim de Policarpo Quaresma, de LIma Barreto – Retrata o governo de Floriano Peixoto e a Revolta da Armada.
b) Os Sertões, de Euclides da Cunha – Faz um relato da Guerra de Canudos, mostrando-a como uma das primeiras manifestações pela terra no Brasil.
c) Cidades Mortas, de Monteiro Lobato – Mostra a passagem do café pelo Vale do Paraíba paulista.
d) Canaã, de Graça Aranha – Exibe um documento sobre a imigração alemã no Espírito Santo.
ASPECTOS GERAIS 
a) Duração no Brasil – 1881 a 1893. 
b) Obra inauguradora do Realismo – Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis. 
c) Obras inauguradoras do Naturalismo – O Coronel Sangrado (1877), de Inglês de Sousa e O Mulato (1881), de Aluísio Azevedo. 
d) Mistura – Realismo e Naturalismo misturam-se na literatura brasileira. Não há coincidência apenas de datas; os temas, derivados da filosofia de Tobias Barreto, são comuns às obras dos dois períodos. 
e) Guerra ao Romantismo – Realismo e Naturalismo declaram guerra ao Romantismo.
EUCLIDES DA CUNHA (Cantagalo, RJ, 1866 – Rio de Janeiro, 1909). 
NASCIMENTO E MORTE – Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasce em 20 de janeiro de 1866, na Fazenda Saudade, Cantagalo, Rio de Janeiro. Falece no Rio de Janeiro, em 15 de agosto de 1909.
INFÂNCIA – Com a morte da mãe, Euclides passa a viver com as tias. Em São Fidélis (RJ), aos dez anos de idade, inicia os primeiros estudos. Ele permanece lá até 1879, quando completa 14 anos de idade.
PRIMEIROS ESCRITOS – Euclides publica no Colégio Aquino os primeiros artigos no jornal O Democrata, fundado por ele e seus colegas.
ESCOLA MILITAR – Em 20 de fevereiro, aos 21 anos de idade, Euclides assenta praça na Escola Militar da Praia Vermelha, sendo aluno de Benjamin Constant, conhecido positivista.
CASAMENTO – Aos 25 anos de idade, Euclides matricula-se na Escola Superior de Guerra, atingindo o posto de segundo-tenente em abril. Em 10 de setembro, casa-se com Anna Emília, a “Saninha”, como a chamavam.
ESTRÉIA – Em 1902, publica Os Sertões, sucesso imediato de público e de crítica.
IMPACTO – A publicação de Os Sertões é um marco na vida mental do Brasil. Livro único, sem igual em outras literaturas, consegue misturar o ensaio, os fatos da História, as ciências naturais, a epopeia, o lirismo, o drama, mostrando a definitiva conquista da consciência de brasilidade pela vida intelectual do País.
RECONHECIMENTO IMEDIATO – A importância literária e científica de Os Sertões é reconhecida logo de início, e o autor passa a ser tratado como gênio pela crítica especializada.
ABL – Em 1903, é eleito para a Academia Brasileira de Letras.
MORTE TRÁGICA – Em 1909, Euclides é assassinado, aos 43 anos, por Dilermano de Assis, amante de Saninha, numa estação de trem.
OBRAS
1. Os Sertões (romance, 1902)
2. Contrastes e Confrontos (1904)
3. Peru versus Bolívia (1907)
 oratória política e a história – Rui e Nabuco
Rui Barbosa (BA, 1849 – Petrópolis, RJ, 1923). 
a) Vida. 
Estudou direito em Recife e em São Paulo, se dedicou ao jornalismo e também à política, associou-se com outros escritores e acabou com eles formando a geração de setenta. Se tornou Ministro da Fazenda e usou isso para colocar em prática uma política financeira que acabou levando a uma séria crise econômica. Se tornou embaixador do Brasil, foi eleito Juiz da Corte Permanente de Justiça Internacional. 
b) Obra: 
• O Papa e o Concílio.
• Cartas da Inglaterra.
• Réplica às defesas da Redação do Projeto do Código Cívil.
• Saudação a Anatole France.
• Discurso sobre Oswaldo Cruz,
• Elogio de Castro Alves.
• Oração aos moços (1920).
• A queda do Império.
• Cartas Políticas Literárias. 
Joaquim Nabuco (recife, PE, 1849 – Washington, EUA, 1910). 
a) Vida. 
Nascido no dia 19 de agosto de 1849, Joaquim Aurélio Barreto de Araujo, teve várias funções durante sua vida, foi político, diplomata, historiador, jurista e jornalista brasileiro. Joaquim Nabuco foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. 
Com vinte anos, começou a se interessar por Camões e Castro Alves, onde na Faculdade de Direito de São Paulo, foi seu contemporâneo. 
b) Obra:  • Camões e os Lusíadas.
• O Abolicionismo,
• Balmaceda,
• Um estadista no Império,
• Minha Formação,
• Discursos Parlamentares,
• Escritos e Discursos Literários,
• Amour et Dieu (Versos em Francês).
Pré-Modernismo
1. ASPECTOS GERAIS
CRONOLOGIA – Cronologicamente, o Pré-Modernismo durou no Brasil de 1902 a 1922.
INÍCIO NO BRASIL – As primeiras obras do Pré-Modernismo foram:
a) Os Sertões (romance, 1902), de Euclides da Cunha.
b) Canaã (romance, 1902), de Graça Aranha.
NOME – O que se convencionou chamar de Pré-Modernismo não foi propriamente uma escola literária. Não houve manifesto em jornais nem grupo de autores em torno de uma proposta una ou de um ideário. O nome, com o tempo, passou a designar a produção literária do Brasil nas duas primeiras décadas do século XX.
PERÍODO ECLÉTICO – Depois do Realismo-Naturalismo-Parnasianismo, o Brasil viveu um período eclético. As diversas tendências literárias misturaram-se. Os movimentos não se sucederam, eles passaram a coexistir.
TENDÊNCIAS – Duas tendências básicas podem ser notadas entre os autores da época:
a) Conservadora – Percebida na produção poética de Olavo Bilac (e de todos os outros parnasianos) e de Cruz e Sousa, representante da estética simbolista. A poesia é elaborada dentro dos moldes de perfeição, obediente a normas e presa a temas alheios à realidade brasileira.
b) Inovadora – Presente nas obras de Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato, Afonso Arinos. As várias realidades do Brasil são expostas, e o leitor começa a perceber que vive em um país de contrastes. A linguagem pomposa e artificial começa a perder terreno para uma expressão mais simples, fiel à fala cotidiana. Nesse aspecto, Lima Barreto é o legítimo representante das classes iletradas.
2. CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-MODERNISMO
RUPTURA COM O PASSADO – Os autores adotaram inovações que feriam o academicismo.
REGIONALISMO – A realidade rural brasileira é exposta sem os traços idealizadores do Romantismo. A miséria do homem do campo é apresentada de forma chocante.
LITERATURA-DENÚNCIA – Os livros são escritos em tom de denúncia da realidade brasileira. O Brasil oficial (cidades da Região Sul, belezas do litoral, aspectos positivos da civilização urbana) é substituído por um Brasil não-oficial (sertão nordestino, caboclos interioranos, realidade dos subúrbios).
Graça Aranha (São Luís, Maranhão, 1868 – Rio de Janeiro, 1931). 
Vida. 
Nasceu no dia 21 de Junho de 1868 e morreu no Rio de Janeiro em 1931; José Pereira da Graça Aranha, foi escritor e um diplomata brasileiro. Cursou Direito na Faculdade do Recife, ocupou alguns cargos na diplomacia brasileira e em alguns países europeus, acompanhou alguns movimentos pós-simbolistas que surgiam na Europa e tentou introduzir esse estilo no Brasil. Em 1922 participou da semana de arte moderna. A obra que marcou o pré-modernismo foi Canaã juntamente com a obra, Os Sertões, de Euclides da Cunha. 
Obra: 
• Canaã (1902); • Malazarte (1911);  • A Estética da Vida (1921);  • A Viagem Maravilhosa (1930).


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